26/07/2015

Um estranho na caminhada #1

     A realidade é conceituada por um fato real, na verdade, a verdade nua e crua. Existem pessoas que lutam pra mudar sua realidade, porem existe um cara chamado Jenkins, jovem, na flor da idade, mas parece um pai de família, quando não cuida de sua barba, mendigo seria a classificação mais precisa do sujeito. Fumante de cigarros Hollywood, apaixonado por musica, idólatra de Jimmy Hendrix e sem doutrina, mas tem certo contato com Deus. Nunca foi um freqüentador fanático de igrejas, apesar de ter crescido em uma, tirando o fato que o avô dele construiu diversas, nunca foi um fã de ficar escutando sermão.
   "Puta merda doutora'' afirma o mesmo olhando pra Drª. Alice, sua psicóloga semanal. '' É brincadeira só pode’’ - abaixa a cabeça e continua a falar - ‘’por mais que eu não queira, eu sempre acabo caindo nesse maldito ciclo vicioso. Eu to fazendo o maximo pra evitar a mesmice, mas parece que essa bosta vive me perseguindo'' - Em momento de raiva, com a cabeça baixa, ele a levanta e olha em direção da Drª.Alice, psicóloga no ramos a mais de 20 anos, uma mulher bem formada, pele branca e cabelos negros. "calma, jenkins, a vida é assim mesmo ou você acha que eu também não to presa a um desses ''ciclos viciosos'', é difícil sair de um? É, porem, se você encarar cada dia como se fosse um desafio, sempre tentando fazer algo diferente, acho que no final das contas, as coisas vão melhorar. “É assim que eu tento escapar” retrucou a experiente doutora. '' certo, mas, agora o que ta comovendo a minha curiosidade é: você ta conseguindo sair desse ciclo?'' perguntou Jenkins com certo otimismo. “Meu querido paciente, se você olhar sempre o lado B da situação, acreditando que sim o dia hoje foi diferente, acho que eu já to fugindo faz um bom tempinho do ciclo'' Respondeu ela com um tom alegre. "Doutora, é complicado, mas eu vou tentar fazer o meu dia-a-dia diferente'' responde em um tom de alivio. "Tempo esgotado meu querido, te vejo próxima semana? '' pergunta a medica com certo tom de esperança.” sim! Pode contar com a minha ilustre presença minha doutora predileta'' respondeu a pergunta em um tom de otimista positivo, " Remarcado pra próxima semana as 16 horas!'' afirmou a estudiosa de mentes.
   Saindo do consultório, que se localizava no centro da cidade do Recife, um lugar onde, as memórias de Jenkins corriam a mil enquanto andando em meio da cidade tão movimentada. De tempo que ele não tinha limites, tempos onde a sua mente só procurava a destruição. Jenkis é o tipo do cara em que vive em constante dialogo com sigo mesmo, alguns o tacham de ''perturbado'' por viver constante conversa consigo mesmo, jovem calado, observador constante de seu meio. Sempre captando conversas paralelas no meio da multidão mesmo não querendo saber, às vezes ele é obrigado a escutar conversas que não faz sentido algum. Jenkins acende um cigarro, tira o seu celular do bolso e vai escutar a sua playlist de rock, entre elas, Queens of the stone age, arctic monkeys, stone sour, System of a down e por ai vai. A musica é a sua válvula de escape, quando os ''headfones'' estão em seus ouvidos parece que ele entra em seu mundinho, e vai longe e só volta quando chega em casa. Jenkins mora só, seus pais morreram em um acidente de carro 2 meses atras. Seus parentes mais próximos deram a maior força ao jovem, recém saído de uma clinica de reabilitação, levaram ele a um psicóloga e o arrumaram um emprego. Enquanto ele caminhava nas calçadas recém varridas porem continuamente sujas e fedendo a urina, o mesmo começa a pensar...

  '' Ta complicado demais isso aqui pra mim, parece que a vida ta querendo me derrubar mesmo, mas eu sei que eu vou dá a volta por cima. E eu falava aos 15 anos de idade, que quando eu chegar aos 18 eu ia ser livre de tudo. Ia fazer o que quisesse, mal sabia que crescer é uma cilada, Puta merda viu! Ainda bem que amanhã é domingo, dia de mazelar, dia de pensar o que fazer com essa cabeça ensandecida.... '' 

 -Chegando na parada de ônibus, Jenkis se depara com uma mulher, não tão alta e nem tão pequena, em media 1.69m, cabelos loiros e o rosto de uma menina inocente que aparenta ser a madre Teresa de Calcutá, um corpo não tão gordo e nem tão magro, a mulher aparenta ter os seus 18 à 23 anos. E os pensamentos desenfreados começam a rolar sem fim.


Eiiita! Quem é essa sujeita? Gata demais ela. Será que tem namorado? Pêra, deixa eu sacar as mãos, OPA! Sem anel, ou seja, no mínimo deve ter namorado, queria pegar, mas não é assim que a banda toca! Hoje em dia eu só vejo mulher sendo usada. Que ironia esses homens de hoje em dia, falam pra menina que a ama só pra transar e da tchau, mas é claro que toda regra tem uma exceção,  foda-se o amor ne ? Amor, quatro palavras, um sentimento e um pesadelo, Um homem apaixonado é uma coisa tão perigosa que.... Parece que eu saio da minha realidade e só faço pensar na mulher. Espero que demore pra eu cair nesse ciclo. (risada debochante)''

   - Chega o ônibus de Jenkis e ao subir, ele repara que a mesma menina na qual esteve ''sacando'' durante os últimos 5 minutos, enquanto o ônibus não chegava, sobe junto. O seu coração começa a acelerar achando que a menina vai sentar ao seu lado, ela esta logo atrás dele. Pagou a passagem se seguiu para a próxima cadeira vazia dentro do automóvel coletivo. Sentou-se na cadeira que atrás dela fica a porta pra desembarque, sentou-se ao lado da janela, deixando a cadeira ao seu lado vazia e a menina seguiu reto. O coração de jenkins voltou a bater normalmente e fingiu como se nada tivesse acontecido, assim continuou ele quieto em seu canto e pensou em mais nada, apenas curtiu ''lonely day'' e o restante de sua playlist durante uns 45 minutos ate a sua residência. Chegando em casa o mesmo, tirou a roupa, entrou no banheiro e tomou um longo banho, saiu e fez a sua janta. Preparou a sua comida predileta, porco acebolado, arroz a grega e batata no forno, sentou em frente à televisão, ligou no comedy central, e esperou começar mais um episodio inédito de ''south park'', onde, ansioso como sempre esperando por uma idéia absurda de cartman e companhia pra poder ir dormir com mais leveza. E assim encerrou-se mais um dia na vida de Jenkins.

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